A região de Caxemira -localizada em meio às altas montanhas do Himalaia - tem sido objecto de disputa entre a Índia e o Paquistão. A maioria da população é de origem paquistanesa e religião muçulmana. O governo é da Índia, onde a religião predominante (85%) é hinduísta. Desde a independência, em 47, os dois países já se envolveram em três guerras, duas em disputa pela região, em 47 e 65. A situação agravou-se após 74, quando o governo de Indira Gandhi detonou a primeira bomba atómica hindu. Em 96, o partido Barathya Janata, dos fundamentalistas hindus, venceu as eleições e implantou uma política nacionalista. Os choques na fronteira ficaram mais intensos e constantes.
Em 1947, o subcontinente emergiu da independência, dividido em dois Estados: Índia e Paquistão. Gigantescas massas humanas mobilizaram-se de um sector a outro para conformar dois espaços claramente divididos: um hindu, e outro, muçulmano.
A província de Caxemira, maioritariamente muçulmana, uniu-se à Índia, e não ao Paquistão, por decisão unilateral do marajá governante. Isso desencadeou, como corolário, um enfrentamento bélico que se prolongou até 1949, quando a ONU estabeleceu um armistício promovendo a divisão da província. Como parte do acordo, a Índia se comprometeu a celebrar um plebiscito na região da Caxemira, o que, efectivamente, nunca ocorreu. Ao contrário, em 1957, dito território foi anexado à Índia. Desde então, os dirigentes paquistaneses vêm reclamando, veementemente, demonstrando estar inconformados com essa situação considerada irregular.
O aparecimento de uma linha de terrorismo islâmico, propiciado pelo Paquistão - segundo acusação do governo da Índia -, conduziu ao "alarme vermelho" as tensões entre os dois países, em mais de uma oportunidade. Após os actos terroristas perpetrados em território estadunidense, em 11 de Setembro de 2001, o governo paquistanês buscou dissociar-se do fundamentalismo islâmico, e ambos países têm feito algum esforço no sentido de reaproximarem-se. Entretanto, as acções terroristas no território indiano podem terminar desencadeando uma nova conflagração armada, e que, nas actuais circunstâncias, seguramente teria um carácter bélico-nuclear, de consequências imprevisíveis.
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