segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

3 milhões de pessoas afectadas no sismo do Haiti


Estima-se que centenas de pessoas possam estar soterradas nos escombros, fala-se em muitas mais centenas de feridos e sabe-se que milhares ficaram desalojados na sequência do abalo, que durou quase um minuto e registou uma magnitude de 7,0 na escala de Richter. Três horas depois do primeiro tremor, às 4h53 da tarde de ontem, terça-feira (21h53 hora de Lisboa), já se tinham seguido mais de dez réplicas, a mais forte das quais com uma intensidade de 5,9.

Uma gigantesca operação de emergência está a ser montada, com recursos a chegarem dos Estados Unidos e de outros países sul-americanos. Organizações de assistência como a Cruz Vermelha disponibilizaram já centenas de milhares de dólares em ajuda, e múltiplas organizações humanitárias preparam-se para partir para o empobrecido país das Caraíbas. Apesar de ontem ser impossível perceber o real estado em que se encontra Port au Prince, era claro que o Haiti não tinha capacidade para lidar com semelhante calamidade.

O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Alcide Joseph, classificou a situação como uma “catástrofe de gigantescas proporções”. As primeiras informações apontavam para um grau muito significativo de destruição, com estradas cortadas, pontes partidas e milhares de edifícios em ruínas. O terramoto, com epicentro a cerca de 15 quilómetros de Port au Prince, deixou a cidade coberta por uma densa poeira durante horas. A capital ficou sem electricidade e sem telecomunicações; as ruas encheram-se de pessoas em fuga dos edifícios que colapsavam como castelos de areia. “Começou tudo a tremer, as pessoas gritavam, as casas começaram a cair, foi o caos total”, relatou o correspondente da Reuters, Joseph Guyler Delva. “Vi várias pessoas mortas, e muita gente enterrada debaixo de escombros. As pessoas gritavam ‘Jesus, Jesus’ e corriam em todas as direcções”, prosseguiu.

Segundo as estimativas do US Geological Survey, cerca de três milhões de pessoas poderão ter sido afectadas pelo tremor de terra. “O sismo ocorreu em terra e não no mar, o que quer dizer que houve uma vasta população directamente exposta ao abalo do terramoto, cuja falha foi relativamente superficial”, explicou o geólogo Mike Blanfield. Além do epicentro se ter localizado numa área urbana densamente populada, as várias réplicas, de grande intensidade, eram capazes de ter destruído os edifícios que tivessem resistido ao primeiro abalo.


fonte: www.publico.clix.pt

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